segunda-feira, 5 de julho de 2010

XX ENCONTROS DE MONSARAZ - 26 de Junho 2010







XX ENCONTROS DE MONSARAZ – 26 de Junho de 2010


“Universidades Sénior – Ensino não formal e comunidade”

Os XX Encontros de Monsaraz foram palco de debate, partilha, reflexão e de interacção (in)formal entre os seus participantes e oradores que, este ano, se debruçaram sobre a temática das Universidades Sénior como configuração de Ensino não formal na Comunidade.
Questões prementes contribuíram para a cogitação em torno desta problemática que põe a descoberto o envelhecimento activo “como um conceito inovador que reflecte a importância que os factores psicológicos e psicossociais associados a factores de ordem social assumem na formulação de intervenções promotoras da adaptação ao envelhecimento” (Felismina Mendes). Para a OMS (WHO, 2002) a palavra “activo”, enquadrada no referido conceito, refere-se à participação permanente do indivíduo nas questões sociais, espirituais, económicas, culturais e civis da sociedade e não unicamente à capacidade de nela se encontrar fisicamente activo. Neste sentido, as Universidades Sénior, emergem nas comunidades como parceiros da promoção do envelhecimento activo, procurando adequar os seus recursos humanos, materiais, logísticos e científicos, à população alvo. Num período em que a sociedade investe, legitima e fulcralmente, na promoção de alternativas aos que trilham idades mais tenras, a geração mais madura, que se representa em cerca de 114 idosos por cada 100 jovens em 2010, defronta-se com a escassez de estruturas sociais que lhes adeqúem uma resposta orgânica e justa. O desajuste etário acentua-se em algumas regiões do nosso país (nomeadamente no interior) em que índice de envelhecimento indica-nos que há entre 260 a 350 idosos por cada 100 jovens (Felismina Mendes), colocando em evidência, como refere Mª Jesus Florindo, “assimetrias entre urbanidade e ruralidade relativamente à participação de adultos em actividades educativas”. Perante estas conjecturas, é premente o reforço de políticas que promovam não apenas a longevidade mas também o bem-estar físico e psíquico dos idosos, procurando integrá-los de forma dinâmica na sociedade. O ser humano como ser sociocultural interage activamente numa rede multidisciplinar e multicontextual em que as relações que estabelece consigo próprio, com os outros e com o mundo, permitem-lhe mobilizar e estimular recursos internos, nomeadamente, a auto-reflexão sobre os seus próprios sentimentos, traços identitários, definição de padrões, estados de consciência, respostas emocionais e auto-projecção, que se consolidam em conhecimento. Neste sentido, importa acrescentar que o envelhecimento activo implica uma componente psico-social e afectiva que visa a estimulação de estruturas cognitivas, como a auto-estima, a comunicação, a capacidade de expressão, a criatividade, que devem ser desenvolvidas no ser humano, independentemente da sua faixa etária.
Estima-se que em 2050 haverá cerca de 250 idosos por cada 100 jovens. É substancial acreditar na exequibilidade das respostas que se fazem chegar.
Nestes Encontros de Monsaraz, que contaram com cerca de uma dezena de oradores e 4 dezenas de inscritos participantes, decorreram no espaço SEM-FIM no Telheiro onde houve tempo de confraternização entre os alunos de diversas universidades seniores. Após o almoço foram entregues certificados de participação aos Alunos e Professores da Universidade Sénior de Reguengos. Foi ainda lançado o "Manual de Animação de Idosos em Meio Rural - A experiência da Escola Sénior do Mundo Rural do MONTE.ACE de Arraiolos", e inaugurada a Exposição de Pintura das alunas da Univ. Sénior de Reg. Monsaraz.
No final foi servido um Reguengos de Honra – com a colaboração da CARMIM - Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, que mais uma vez apoiou a iniciativa.